Um dos grandes projetos executados pela ECB | Grupo Mota-Engil fica localizado no Porto do Açu, em São João da Barra/RJ. No local, encontra-se a Base Operacional do Projeto Almoxarifado Submarino – ALSUB responsável pelos serviços de Engenharia, Preparação, Remoção e Destinação final (EPRD) das linhas flexíveis e umbilicais armazenadas no fundo do mar.
O processo de retirada dessas linhas acontece na Bacia de Campos, a cerca de 60 km da costa do RJ, a uma profundidade média de 110 metros, distribuídos em uma área onde estão inseridos os campos de Corvina, Garoupinha, Pargo A e Pargo B. Desde o início do recolhimento das linhas, em janeiro de 2023, já foram descomissionados 645 tramos, que representam 659 km de extensão, totalizando mais de 26,8 mil toneladas de materiais removidos dos oceanos.
O volume de linhas que estão sendo descomissionadas é inédito no Brasil. Além desse pioneirismo, vários fatores demonstram a inovação da ECB | Grupo Mota-Engil neste empreendimento: a fabricação de equipamentos específicos para o projeto, a adequação de embarcações que irão recolher as linhas e a criação de uma Base Onshore capaz de receber e processar todo o volume de materiais removidos do oceano. Parte dos equipamentos utilizados foi fabricada pela empresa na Base de Operações em Macaé/RJ.
Outro destaque é o desenvolvimento da Base Onshore, onde está montada a estrutura para recebimento, limpeza e corte dos flexíveis e umbilicais, com um inovador sistema de movimentação, composto por skid rollers bidirecionais, uma base giratória e um sistema de trilhos. Cabe ressaltar que todo esse sistema é capaz de movimentar cerca de 400 toneladas de equipamentos entre as estações de trabalho.
Cada etapa do projeto é grandiosa, peculiar e desafiadora, a exemplo das embarcações e dos equipamentos de recolhimento, alguns deles importados. As embarcações foram preparadas com um skid metálico, conhecido como “skidão”, instalado em todo o convés, que distribui as cargas e recebe todos os equipamentos necessários ao recolhimento: RDS (Reel Drive System), Guinchos, Rampa e as Bobinas. Além disso, também possuem um ROV (Remotely Operated Vehicle) para realizar todas as operações subaquáticas.
Sustentabilidade e proteção ambiental
A segurança dos profissionais envolvidos e a proteção ambiental são prioridades neste tipo de operação. Os resíduos retirados dos flexíveis são reciclados ou descartados de forma adequada, garantindo a proteção de todo o ecossistema marinho.
Os flexíveis recolhidos são levados para a Base Onshore, onde se inicia o processo de descaracterização até que ele se torne um resíduo e tenha sua destinação final garantida. Eles passam por um processo de dissecação manual e/ou por trituração – o que garante a separação dos diferentes aços e polímeros.
Os resíduos são encaminhados para empresas que gerenciam e são responsáveis pela destinação adequada desse material, que servirá como matéria-prima para indústrias de fabricação de plásticos e fundição de metais. Em sua grande maioria, os plásticos são aplicados em indústrias de telecomunicação e automobilísticas, enquanto os metais retornam para grandes siderurgias.